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sábado, 25 de setembro de 2010

Mais Telinha

O penalti especial.
Esta semana foi a vez da sexta serie. Muito divertido trabalhar com crianças. Gritam, pulam, esperneiam e quando tudo parece perdido elas se dedicam plenamente. Na maioria das vezes tudo dá certo e você ainda ganha uma penca de amiguinhos.



Vou criar uma página só pro Telinha.

domingo, 19 de setembro de 2010

Telinha na Escola

Cinema e educação.
Filmes na escola agora será sinônimo de apredizado, graças ao projeto Telinha na Escola da ONG casa na árvore.
Cineastas, normalmente, conseguem alterar uma sociedade através apenas das discurssões geradas pelo seu filme. É interessante conseguir usar está profissão de forma direta no trabalho social. O projeto não quer que os filmes sejam usados só como ilustrações das aulas. O que ele propõe, na verdade, é que ao fazer o filme o aluno estará apredendo, seja um assunto de história ou uma lição de vida. O que é algo muito mais interessante, tanto para o aluno quanto par ao cineasta. E para completar, ainda explora na nova mídia de filmes de bolso, já que as obras são filmadas com celulares e câmeras digitais.

Aqui está um dos filmes realizados na escola Padre Henrrique.




Este filme ficou muito bem resolvido, desde o roteiro até a montagem. Parabéns para todos!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Crítica: A Origem

Lá vou eu.
Primeira crítica feita, a mando do mestre. Meu emocional é bem diferente do que vem em seguida. Durante a projeção eu pulei da cadeira, olhei para o lado para ver os rostos assustados em certas cenas, ri, essas coisas. Mas na crítica, nada disso importa. Por isso, as vezes ela soa bastante cruel.

AH! A crítica é pra quem já viu o filme. Aqui eu conto o final sem piedade.



A ORIGEM

Quem sou eu para criticar Christopher Nolan? Realmente, como diretor, perto dele eu não sou nada. Porém, como espectador ganho poder total, já que sem mim ele é quem não seria nada. É com está visão que tento comentar o longa.
A impressão que tive foi que o filme continha informações demais para serem esclarecidas no tempo de duração. Não se tem tempo para contemplar todo o universo de A Origem. As regras de como entrar em um sonho são complexas, assim como os protagonistas. Talvez todos os detalhes pudessem ter o seu espaço melhor aproveitado se a idéia fosse transposta para um seriado.
É tanta coisa para ser dita que, para ganhar tempo, é necessário criar uma personagem com o mesmo nível de conhecimento do público, para que digam literalmente como as coisas funcionam. Um bando de ladrões experientes perdendo tempo precioso explicando à uma garota o trabalho deles, difícil de acreditar.
Os sonhos são abordados de forma bem restrita, são basicamente o mundo real com as leis da física alteradas. Acho engraçado uma guerra dentro da mente ser resolvida com armas de fogo. Se por um lado perde-se a oportunidade de criar ambientes psicodélico, por outro ganha-se do direito de fazer imagens lindas sem motivo especial. Em que outra situação poderíamos ver uma cidade ser dobrada no meio? Ou uma luta sem gravidade dentro de um hotel. “Tudo não passa de um sonho” é a desculpa perfeita para construir cenas visualmente bonitas só por que são visualmente bonitas.
As regras dentro de um sonho são explicadas, mas o motivo de existir todas elas, não. Por opção, prefiro entender que a máquina que liga todos os sonhadores é a responsável pelas limitações. Ela é um dos elementos que não tiveram tempo de serem esclarecidos.
Um filme tem o direito de criar o absurdo que ele quiser, mas é chamado de “mentiroso” quando quebra as próprias regras, isto acontece sutilmente em A Origem. Se pequenas gotas de água caem sobre o rosto do sonhador, então é suficiente para começar um temporal dentro do sonho. Acontece que, em determinado momento um sonhador passa a voar fora de gravidade por um longo tempo e o seu sonho não é nem um pouco alterado. É um desrespeito às leis do filme por pura conveniência.
Existe sim uma comparação com Matrix. Se eu disser: personagens conectados por uma máquina entram num mundo dentro da mente e ganham o poder de distorcer a realidade e brincar com as leis da física, não dá para saber a qual dos dois filmes eu estou me referindo. Ainda pode-se encontrar mais semelhanças, mas a divergência está em como estes elementos são abordados e usados. A Origem é mais intimista, explora melhor o emocional.
Mais importante do que a missão em que os personagens estão envolvidos é a relação de Cobb (Leonardo DiCaprio) com a falecida mulher. Toque de mestre a forma como foi feita a interação entre eles. Não é ela quem perturba a mente do protagonista, é a projeção que ele faz dela, ou seja, é o próprio Cobb. No fim ele consegue perceber que ama a mulher, e não aquela vilã que criou para si. Aí está sendo explorado certos dilemas de casais que não se aceitam, justamente porque já criaram uma projeção perfeita do parceiro que não condiz com a realidade.
Arrisco dizer que A Origem é um filme sobre reconciliação com o passado, já que este é o tema do problema de pelos menos três personagens. O maior medo deles é se tornar um velho sozinho, cheio de arrependimentos.
O objetivo dos personagens é implantar uma idéia na mente de outra pessoa. Isto é mais do que uma invasão de privacidade, vai além do temido “Grande Irmão”. Eles não só entram no ambiente mais íntimo de alguém como o modificam. É definitivamente uma lavagem cerebral. Não para implantar paz mundial ou algo assim, mas para obter lucros financeiros. Boa metáfora do controle mental das grandes empresas. Temos a impressão de que nós mesmos quem decidimos comprar certos produtos, mas talvez não seja bem assim afinal, talvez tudo tenha sido implantado.
O final é deixado em aberto, achei essa uma idéia boba. Finais enigmáticos são interessantes, mas não é isto o que acontece. Nós, o público, não temos confirmação concreta se Cobb está acordado ou dormindo, mas ele terá. O personagem, em algum momento, voltará para a mesa e verá o peão ainda girando ou parado. O roteiro não termina com uma dúvida, assim como Capitu traiu ou não Bentinho em Dom Casmurro, ele simplesmente termina antes do fim.
A Origem é um grande filme. Gosto particularmente porque tenho fascínio por sonhos dentro de sonhos. Não pude apontar tudo de interessante que ele tem, nem talvez os pontos mais importantes. Na verdade, falei mais mal do que bem. O que fiz foi ressaltar o que ficou gravado em mim, e normalmente lembra-se mais das coisas ruins do que boas. Confesso que depois de sair da sala de cinema fiquei me perguntando se na verdade eu não estaria dormindo.



Alguns pontos tecnicos foram apontados depois para serem corrigidos. Mas deixei ela como nasceu. Esta crítica é assim, completa com seus defeitos.